Mirin Dajo era o pseudônimo do grande faquir holandês Arnold Gerrit Henskes (embora Arnold não gostasse de ser chamado de faquir). Tornou-se famoso por perfurar radicalmente seu corpo com
todos os tipos de objetos e, aparentemente, sem ferimentos, surpreendendo toda a comunidade médica da época.
Dajo nasceu na Holanda na cidade de Rotterdam. Começou a tentar uma carreira no Beaux Arts e dirigiu uma empresa de design até seus vinte anos. Durante seus primeiros anos, ele tinha todos os tipos de sonhos e experiências "paranormais". Mas foi a partir dos 33 anos que Arnold alegou perceber que seu corpo estava "invulnerável". Como resultado, ele deixou o trabalho e foi para Amsterdam. Trabalhou inicialmente em torno de bares, fez dinheiro deixando as pessoas furarem o seu corpo com punhais e objetos semelhantes (até mesmo espadas). Ele também engolia lâminas de vidro e navalha em suas apresentações.
Se tornando notório por seus radicais "piercings", Dajo agora era capaz de explicar, ou pregar, suas visões da realidade. Dizia que as pessoas deveriam deixarem suas visões materialista do mundo e aceitar que havia uma força superior, a Fonte (como ele próprio falava). Dizia que deus o estava usando, através de sua invulnerabilidade, para nos mostrar que havia algo melhor lá fora. Sua convicção era de que o materialismo só resultava em miséria e guerra.Foi a partir desta época que ele adotou seu nome artístico Mirin Dajo que significa algo como "Esperanto para maravilha". Ele viu o uso da língua esperanto um idioma a ser utilizado em todo o mundo, como uma forma de unir a humanidade, que era o seu objetivo principal. Mas Dajo precisava de uma licença para executar suas apresentações em público, por isso ele foi levado para Professor Carp, Dr. Bertholt e Dr. Stokvis da Universidade de Leiden. Eles permitiram a realização de seus shows, mas não sua palestra filosófica concomitante, dificultando, assim, a "missão" de informar o mundo de sua mensagem de "paz e amor".
Embora não seja tão amplamente documentado como suas apresentações com as espadas, Dajo afirmava que sua invulnerabilidade tinha sido posta a prova por vários outros meios. Em uma entrevista a um jornal da época, Dajo declarou que sua invulnerabilidade havia sido testada com queima de ferros contra o corpo, água fervente e afirmou também já ter levado um tiro na cabeça. Ele apoiou esta afirmação após mostrar duas cicatrizes no crânio supostamente causada pelos tiros, um no centro da testa e outro acima do olho direito.
Em 1947 Dajo se mudou para a Suíça. Inicialmente só foi concedida uma licença para se apresentar publicamente sem a autorização para falar com a plateia. Em suas performances Dajo usava vários assistentes, mas depois de muitas brigas e desentendimentos ele chamou Dirk Jan de Groot, que era seu amigo e vizinho na Holanda, este ajudante o acompanhou até o fim de sua vida. De acordo com De Groot, Dajo tinha o poder da telepatia e podia curar as pessoas. A revista Time na época relatou, após uma apresentação de Dajo no Teatro Corso em Zurique, que ele tinha provado "para Zurique e para os médicos que seus poderes eram reais".
Em 11 de maio de 1948, Dajo relatou que havia ouvido uma voz que
lhe indicava/mandava engolir um espinho enorme de metal. Dia 13 de maio foi
internado para realizar a extração do espinho de seu corpo. Após a
cirurgia, ficou cerca de 10 dias num estado aparentemente apático e cansado. Dajo acabou morrendo no hospital poucos dias após a cirurgia. Autópsias realizadas posteriormente em seu corpo demonstraram que ele morreu por ruptura da artéria aorta. Apesar da aparência envelhecida contava apenas com 36 anos.
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